
Por si só, a arte tem por função derrubar barreiras. Mas, ainda assim, o acesso ao mundo artístico é muitas vezes limitador. Sem enxergar, não há a possibilidade de conhecer e interpretar as várias nuances de um quadro, ou acompanhar um filme, por serem artes de estímulos basicamente visuais. Isso sem contar a falta de acessibilidade, e as muitas barreiras ainda não quebradas.
E é exatamente isso que a exposição " A Poética da Percepção" debate: é possível fazer uma exposição acessível, aberta todos os públicos?
Entre as várias obras presentes, pode-se sentir o aroma do café, proposta feita pelo "Herói-Marginal" Hélio Oiticica, sentir as feições do Presidente Lula, que está representado em formato "barbudo de pelúcia" e acrescido de uma alça. Há ainda esculturas de Brecheret, onde pode-se tocar e sentir todas as suas formas e curvas.
Para os aficcionados por música, a exposição revela surpresas: uma espécie de piano, que simula inúmeros sons originais, que fariam inveja em bandas de rock progressivo. Isso sem contar as bonecas sem cabeça, onde chegando perto delas, pode-se escutar "I´m Your Man" de Leonard Cohen.
Mais do que mostrar as múltiplas possibilidades da arte concreta, a exposição trata do acesso, e tenta facilitar a interação das obras com o público, propondo a decantada quebra de barreiras, e mergulhando o expectador em um mar de possibilidades e experiências, independente de possíveis limitações.
(Lucas Jeison)
E mais uma vez, está aberta a discussão: o que pode ser feito para promover a acessibilidade dentro de cinemas, teatros, museus e demais espaços culturais? É fundamental a participação de novos colaboradores, que queiram ampliar ainda mais o palco da Acessibilidade.
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